quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CARNAVAL DE 1964

Bateria no desfile de 1965

FICHA TÉCNICA DO DESFILE (01)
GRUPO: Grupo I.
LOCAL: Av. Presidente Vargas (sentido: Candelária- Av. Passos).
DATA: 09/02/1964 (domingo).
HORÁRIO DE INÍCIO DO DESFILE: 00hs.
ORDEM DE DESFILE: 4ª Escola a desfilar.
CLASSIFICAÇÃO: 3º lugar.
PONTUAÇÃO: 49 pontos.
FICHA TÉCNICA DE ENREDO (02)
ENREDO: História de um Preto Velho.
CARNAVALESCO: Júlio P. Mattos.
FICHA TÉCNICA DO SAMBA-ENREDO
AUTORES DO SAMBA-ENREDO: Hélio Turco, Pelado e Comprido.
LETRA DO SAMBA
ERA UMA VEZ UM PRETO VELHO
QUE FOI ESCRAVO
RETORNANDO A SENZALA
PARA HISTORIAR O SEU PASSADO
CHEGANDO A VELHA BAHIA
JÁ NO CATIVEIRO EXISTIA
PRETO VELHO FOI VENDIDO
MENINO
A UM SENHOR
QUE AMENIZOU A SUA GRANDE DOR
QUANDO NO CÉU A LUA PRATEAVA
QUE FASCINAÇÃO
PRETO VELHO NA SENZALA
ENTOAVA UMA CANÇÃO
Ô … Ô… Ô…
CONSEGUIU TORNAR REALIDADE
O SEU IDEAL A LIBERDADE
VINDO PARA O RIO DE JANEIRO
ONDE O PROGRESSO DESPONTAVA
ALTANEIRO
FOI PERSONAGEM OCULAR
DA FIDALGUIA SINGULAR
TERMINANDO A HISTÓRIA
CANSADO DA MEMÓRIA
PRETO VELHO ADORMECEU
MAIS O LAMENTO DE OUTRORA
QUE VAMOS CANTAR AGORA
JAMAIS SE ESQUECEU
Ô … Ô… Ô…
FICHA TÉCNICA DE BATERIA
DIRETOR GERAL DE BATERIA: Waldemiro Tomé Pimenta, o Mestre Waldomiro.
FICHA TÉCNICA DE HARMONIA
PUXADOR DO SAMBA-ENREDO: José Bispo Clementino dos Santos, o Jamelão.
FICHA TÉCNICA DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
1º MESTRE-SALA: Hégio Laurindo da Silva, o Delegado.
1ª PORTA-BANDEIRA: Neide.
2ª PORTA-BANDEIRA: Rivailda Nascimento de Souza, a Mocinha.
ANÁLISE DO DESFILE
MANGUEIRA TRISTE (03)
      A Mangueira veio com uma falha gigante que comprometeu todo o seu desfile: a ausência total e absoluta de vida, de alegria, em seu desfile. Ninguém conseguiu, de ponta a ponta da Avenida, ouvir uma ordem, sem grandes buracos só silaba da letra de seu samba e, não tendo ido aos ensaios, não poderá dizer se ele é feio ou bonito, gordo ou magro, preto ou branco. Simplesmente dirá que não houve samba da Mangueira, porque ela realmente não quis dar ao público aquilo que costuma ser seu item mais forte. Envergonhada não se sabe de que, pois seu samba tinha uma razoável linha melódica e um fecho feliz. Mas se nos lembrarmos da tradição de sambas da Mangueira – e não precisa ir longe, basta recorda o "Relíquias da Bahia", do ano passado ele terá de ser classificado de franco. Na realidade, Mangueira desfilou desorganizada, não só sem vida. Muito bonita mesmo, ficou só nisso e na pureza com que sempre se distingue, pois é quem mais respeita o samba em seus aspectos mais autênticos e parece estar eternamente imune as inovações espúrias. Mas esqueceu-se que samba também é vida, é alegria. E Mangueira desfilou morta. A bateria ficou um tempo enorme parada diante do palanque de turistas e, cerca de meia hora depois. Delegado, abandonou sua Porta-Estandarte sozinha, voltou às carreiras para pedir à Bateria que avançasse, pois ele já não conseguia dar um passo, à míngua de ritmo. A Bateria, então, passou correndo pela direita da pista, enquanto pela esquerda as demais Alas continuavam desfilando silenciosa e desanimadamente. Jamelão parecia brincar com a sua Escola, fazendo questão de silenciar durante todo tempo, de alto-falante e microfone na mão, quando seu papel era exatamente o de cantar. Melancólico, ainda que ela mostrasse Alas muito bonitas e nada mais que o samba. Sua maior alegria esteve na apresentação de Gigi. Ficou como que pedido o seu bom enredo "História de um Preto Velho".



(01) - As informações que compõem este item foram extraídas do jornal O Globo, publicadas no dia 12/02/1964, 1º Caderno, p.06 e no dia 14/02/1964, 1º Caderno, p.05;
(02) - As informações a partir deste item foram extraídas da referência bibliográfica da Agremiação;
(03) - Texto publicado no Jornal do Brasil, do dia 13/02/1964, Caderno B, p.03.

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