sexta-feira, 4 de outubro de 2013

CARNAVAL DE 1960

Ala dos Periquitos.
 
FICHA TÉCNICA DO DESFILE (01)
GRUPO: Grupo I.
LOCAL: Av. Rio Branco (trecho entre a Rua Santa Luzia e a Praça Mauá).
CONCENTRAÇÃO: Esplanada do Castelo.
DATA: 28/02/1960 (domingo).
ORDEM DE DESFILE: 11ª Escola a desfilar.
CONTIGENTE: 4.800 componentes.
NÚMERO DE ALAS: 15 Alas.
CLASSIFICAÇÃO: 2º lugar.
PONTUAÇÃO: 98 pontos.
OUTRAS INFORMAÇÕES JULGADAS NECESSÁRIAS
     A Mangueira foi laureada com medalhas e prêmios individuais de: Melhor Mestre-Sala, Melhor Bateria e Melhor Samba. E um prêmio de Cr$ 70 mil por sua colocação.
FICHA TÉCNICA DE ENREDO
ENREDO: Carnaval de todos os tempos.
CARNAVALESCO: A Diretoria da Escola.
AUTOR DO ENREDO: A Diretoria da Escola.
ROTEIRO DO DESFILE
      O enredo será apresentado em quatro fases.
1ª FASE – O que criou corpo no morro e desceu ao asfalto.
2ª FASE – O Praça Onze onde se realizaram os maiores festejos carnavalescos.
3ª FASE – O das Escolas de Samba que chegou ao Teatro Municipal.
4ª FASE – E o que se tornou conhecido em todo o mundo caracterizado pela baiana.
AS ALEGORIAS
     Representando as fases, aparecerão quatro carros alegóricos. O primeiro através da pintura e escultura, demonstrará o Samba e o Morro com os seus detalhes: os barracos, a tendinha, a roupa na corda, os tocadores de violão, as rampas e escadas e os postes elétricos tombados. À frente do carro, representando a Escola de Samba desce do morro para propagar a sua música, desfilarão o Mestre-Sala e a Porta-Bandeira.
     O segundo carro apresentará o sambista da Praça Onze: camisa listrada, lenço  no  pescoço,  chapéu  de palha e chinelo charlote. O sambista, que será representado por um boneco de dois metros de altura, aparecerá sambando. Ainda representando a Praça Onze, atrás do boneco, haverá um painel, com a Praça pintada a óleo, também com todos os detalhes, inclusive os quiosques. Sobre o painel virá um pandeiro, com uma homenagem ao sambista Sinhô.
     O Teatro Municipal (o terceiro carro) será representado como que decorado, com a figura do Rei Momo inclusive, além das fantasias vencedoras do Carnaval de 1959, que ficarão sobre as escadarias do Teatro.
     Finalmente, o quarto carro trará uma baiana gingando sobre um gigantesco globo terrestre. A explicação da Estação Primeira para a baiana é a seguinte: "Escolhemos a baiana para representar o Samba por ser a figura que mais vezes se apresentou em nome do Samba e ainda por ter sido a vestimenta utilizada por Carmem Miranda, uma das primeiras a conseguir para a nossa música um lugar de destaque no cenário internacional da Música Popular Brasileira".
ALAS
     Abrindo o desfile, a Comissão de Frente, representara pela Ala da Mocidade Rica. Virá de fraque completo e representa o Samba em traje de gala. Depois aparecerá o Carnaval Antigo: Zé Pereira, com seu bumbo com que abria os carnavais, os diabinhos, dominós, palhaços, burrinha, bumba-meu-boi e outros.
     Escoltando e precedendo o carro da Praça Onze, virão os bambas, batuqueiros da época do início do Samba. Todos os componentes deste grupo são homens que realmente tomaram parte nas batucadas da "balança" da Praça Onze, inclusive o sambista Juvenal, que foi um dos fundadores da primeira Escola de Samba do Brasil (a Deixa Falar) e que como Cartola, depois de vários anos de afastamento volta ao Carnaval. Ainda, demonstrando a primeira fase do Samba, desfilarão as famosas Baianas de Chita.
FANTASIAS
     Depois aparecerão as fantasias que marcaram época no Carnaval Carioca: Os Pobres de Paris, Embaixadores, Boêmios e Nobres, além dos Pierrôs, Arlequins e Colombinas. Os Arlequins serão representados pela Ala dos Magnatas do Samba.
     O Rei Momo será representado pelo famoso Chico Porão, um dos fundadores da Estação Primeira, que será seguido pelas Vedetes do Carnaval Antigo.
     Duas fantasias premiadas no Concurso do Teatro Municipal aparecerão: "Mnotchka", no corpo da pastora Noca, e "Maria Antonieta" com a Ala dos Caprichosos da Mangueira. Seguem-se as Ala dos Aliados, dos Barões, dos Lordes, e dos Duques, também com fantasias do Municipal.
     Em seguida surgirão quatro rapazes e quatro moças com as roupas com que costumam apresentar-se os sambistas que vão ao exterior.
     Após o quarto carro, virá o monumental corpo de baianas da Escola de Samba Estação Primeira, precedido pela Ala das Baianas Ricas e das Baianas Modernas. Desfilará, então a Bateria da Mangueira, composta, este ano, cem elementos que será seguida da Ala dos Compositores e da Diretoria.
     Os dirigentes da Agremiação chamam a atenção para o grande Mestre-Sala Delegado e a Porta-Bandeira Neide, uma das maiores do Brasil.
FICHA TÉCNICA DO SAMBA-ENREDO
AUTORES DO SAMBA-ENREDO: Hélio Turco, Pelado e Cícero.
LETRA DO SAMBA
SAMBA!
MELODIA DIVINA
TU ÉS MAIS EMPOLGANTE
QUANDO VENS DA COLINA
SAMBA!
ORIGINAL ÉS VERDADEIRO
ORGULHO
DO FOLCLORE BRASILEIRO
O TEU LINEAR DE VITÓRIAS
FOI NA PRAÇA ONZE DE OUTRORA
NAS LINDAS FANTASIAS
QUE CENÁRIO MODIFICOU
AS VELHAS BATUCADAS
DO SAUDOSO SINHÔ
 
OH!
QUE REINADO DE ORGIA
ONDE O SAMBA IMPERAVA
MATIZANDO ALEGRIA
 
REI MOMO E AS ESCOLAS DE SAMBA
DERAM MAIS ESPLENDOR
AO NOSSO CARNAVAL
E O SAMBA FASCINANTE
PENETRAVA NO MUNICIPAL
SUA EPOPÉIA TRIUNFANTE
ATINGEM TERRAS BEM DISTANTES
 
NÃO ENCONTRANDO FRONTEIRAS
O SAMBA CONQUISTOU
PLATÉIAS ESTRANGEIRAS
FICHA TÉCNICA DE BATERIA
DIRETOR GERAL DE BATERIA: Waldemiro Tomé Pimenta, o Mestre Waldemiro.
TOTAL DE COMPONENTES DA BATERIA: 100 componentes.
FICHA TÉCNICA DE HARMONIA
PUXADOR DO SAMBA-ENREDO: José Bispo Clementino dos Santos, o Jamelão.
FICHA TÉCNICA DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
1º MESTRE-SALA: Hégio Laurindo da Silva, o Delegado.
1ª PORTA-BANDEIRA: Neide.
2ª PORTA-BANDEIRA: Rivailda Nascimento de Souza, a Mocinha.
ANÁLISE DO DESFILE
MANGUEIRA RENASCE (02)
     A Escola de Samba Estação Primeira, da Mangueira, voltou a desfilar como favorita novamente dirigida pelo seu fundador, Cartola, e com a participação dos seus ex-diretores, que formaram a Galeria da Velha Guarda.
     O enredo da Mangueira foi "Glória ao Samba" e procurou apresentar o ciclo do Samba, do seu surgimento nos morros ao seu êxito no Baile de Gala do Teatro Municipal. As carretas apresentadas (nas cores Verde-e-Rosa) recordavam velhos carnavais: pierrôs, arlequins e dominós. A Mangueira exibiu as fantasias mais ousadas do desfile, inclusive algumas mulatas com calcinhas bem curtas, feito vedetes. A Porta-Bandeira Neide e o Mestre-Sala Delegado exibiram-se com sucesso e sagraram-se os melhores do desfile, repetindo êxitos dos anos anteriores.

 

(01) - As informações que compõem as fichas foram extraídas da referência bibliográfica da Agremiação, com exceção do Roteiro do Desfile, extraído do Jornal do Brasil de 24/02/1960.
(02) Texto publicado no Jornal do Brasil de 01/03/1960, p. 12.

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