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Baluarte Tia Cecéia, faz aniversário junto com a Escola (01)
PROJETOS
COMO O DA VILA OLÍMPICA TAMBÉM SÃO CAMPEÕES
O compositor Ismael Silva, que inventou o
termo "Escola de Samba", porque ela ensinava a arte do ritmo, teria
de usar expressão mais ampla para definir a Mangueira. Se nos últimos 20 anos
conquistou dois títulos (pouco para a sua tradição), a Verde-e-Rosa tem muito
mais vitórias fora da Passarela. As oficinas profissionalizantes atendem 1,9
mil pessoas na quadra. Em sua Vila Olímpica, são mais três mil jovens em
projetos esportivos, educacionais e sociais. Só no último Pan 12 atletas haviam
passado pelo espaço mangueirense e cinco deles trouxeram medalhas. Ismael
possivelmente chamaria a Mangueira de Escola de Samba e de vida.
O jornal "O Dia" publica
nesta quarta-feira a última parte da História dos 80 anos da Verde-e-Rosa, que
serão completados dia 28. A série, iniciada domingo, mostrou como sete homens,
reunidos num barraco, criaram uma paixão que deixou a favela, alcançou todo o
Rio e chegou a outros cantos do planeta. "Estou terminando de escrever um
livro sobre 37 Escolas de Samba em Portugal. Todas querem ser a Mangueira",
atesta a pesquisadora Marília Barboza.
E olha que a Escola passou maus bocados
nas últimas duas décadas. Perdeu o presidente João Dória, assassinado em
dezembro de 1987, nos preparativos para o desfile em que tentaria o tri. Em
livro sobre sua história, a Agremiação usou manchete do jornal "O Dia" para
resumir o motivo da derrota: "Deu Kizomba no tri da Mangueira". A
vitória da Vila Isabel era incontestável. A seguir, amargou colocações ruins: 1989
(11º), 1990 (8º), 1991 (12º) e 1994 (12º). À volta por cima aconteceu em 1998,
com "Chico Buarque da Mangueira", em título dividido com a
Beija-Flor. O último veio em 2002: em homenagem ao Nordeste.
O pior revés veio este ano, após uma série
de problemas. Ivo Meirelles deixou a Bateria depois de brigar em ensaio. O
então presidente Percival Pires renunciou ao ser acusado de homenagear um
fora-da-lei, e a vice-presidente, Eli Gonçalves, a Chininha, assumiu dois meses
antes do desfile. A Escola só conseguiu o 10º lugar. À volta por cima, mais uma
vez, está prometida.
ESPORTE
E EDUCAÇÃO: INICIATIVAS NOTA 10
Os programas sociais e educacionais da
Mangueira são hoje um enredo à parte. Para manter a estrutura, a Escola emprega
400 funcionários. A folha salarial (quitada com patrocínios) gira em torno de
R$ 140 mil. Mas os melhores números são sobre o alcance das ações. Os programas
se espalham na Vila Olímpica, que tem 30 mil m², na quadra e em quatro postos
de saúde. Participam do projeto esportivo e educacional perto de três mil
pessoas. Dos 12 atletas que estiveram no Pan, três ganharam ouro: Juarez Santos
(caratê), Franck Caldeira (maratona) e Kátia Cilene (futebol feminino).
A Escolinha da Tia Neuma atende 490
crianças, de 1ª a 4ª série. Todo o material é doado. O Ciep Nação Mangueirense
recebe 1,5 mil crianças e, em parceria com universidade, oferece 400 vagas em
curso superior.
A Verde-e-Rosa oferece 32 oficinas na
quadra (são cursos profissionalizantes como hidráulica e marcenaria). Há cursos
de atividades ligadas ao Carnaval, e a Escola mantém ainda a Casa Lar, para
atender 20 meninos com problemas de deficiência.
A Mangueira do Amanhã, Escola Mirim da
Verde-e-Rosa, foi fundada em 1987. O objetivo era fazer com que as crianças
pudessem conhecer e aprender a cultura do samba.
* Texto de Élcio Braga e Raphael Azevedo publicado no jornal O Dia, em 23/04/2008, p.06.
(01) - Foto, publicada no jornal O Dia, em 23/04/2008, p.06.
Magnífico blog, parabéns pela escolha, pesquisa e publicações.
ResponderExcluirTemos um bloco chamado Cartola é do Catete, este blog vai nos servir de referência para os trabalhos futuros.
Estou no facebook, entre em contato, se assim desejar.
Abção.