FICHA TÉCNICA DO DESFILE (01)
GRUPO:
Grupo I.
LOCAL: Av. Presidente Vargas (sentido: Candelária - Av. Passos).
DATA: 28/02/1965 (domingo).
ORDEM
DE DESFILE: 5ª Escola a desfilar.
HORÁRIO
DE CONCENTRAÇÃO: às 20hs.
HORÁRIO
DE INÍCIO DO DESFILE: às 20:30.
NÚMERO
DE ALAS: 50.
CLASSIFICAÇÃO:
4º lugar.
PONTUAÇÃO:
117 pontos.
FICHA TÉCNICA DE ENREDO (02)
ENREDO:
O Rio através dos séculos.
AUTOR
DO ENREDO: Diretoria da Escola.
SUPERVISÃO GERAL: Bricio de Abreu.
CARNAVALESCO: Comissão de Carnaval.
REFERÊNCIA BIOBIBLIOGRÁFICA (03)
- Brasil Gerson, História das Ruas do Rio de Janeiro;
- Câmara Cascudo, Dicionário do Folclore Brasileiro;
-
Edison Carneiro, Candomblé na Bahia;
- Ferreira da Rosa, Um Panorama do Rio de Janeiro de 1775;
-
Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala;
- J. B. Debret, Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil;
- Jean de Lery, Viagem à Terra do Brasil;
-
Jornal do Brasil, Arquivos do Jornal do Brasil;
-
Lista Telefônica, Arquivos das Listas Telefônicas Brasileiras;
- Luiz
Edmundo, A Corte de Dom João VI no Rio de Janeiro;
- ____, O Rio de Janeiro do Meu Tempo;
- ____, O Rio de Janeiro no Tempo dos Vice-Reis;
- ____, Recordações do Rio Antigo;
- M. Rugendas, Viagem Pitoresca Através do Brasil;
- Macedo Soares, Dicionário
da Língua Portuguesa;
- Melo Morais Filho, Festas e Tradições Populares do Brasil;
- Nina Rodrigues, O Negro no Folclore Brasileiro;
-
Noronha Santos, Apontamentos para Indicador do Rio de Janeiro;
- O
Cruzeiro, Arquivos da Revista O Cruzeiro;
- Paranhos Antunes, Estudos de Histórias Cariocas;
- Pedro Calmon, Dom João VI, Rei do Brasil;
-
Revista Manchete, Arquivos da Revista Manchete;
-
Vieira Fazenda, Antiqualhas de Memórias do Rio de Janeiro.
SINOPSE (04)
Para o
Carnaval do IV Centenário, a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira
decidiu contar a história do "Rio Através dos Séculos"; o enredo está
dividido em cinco partes, correspondentes a cinco Séculos (XVI a XX), assim
distribuídos:
Século
XVI – Desde 1502 a 1602: Descoberta e Fundação;
Século
XVII – Desde 1602 a 1702: Colonização e Desenvolvimento;
Século
XVIII – Desde 1702 a 1802: Emancipação e Capital dos Vice-Reis;
Século
XIX – Desde 1802 a 1902: A Epopeia da nossa História;
Século
XX – Desde 1902 a 2002: O Rio da Nova Era.
Vários
aspectos desses períodos da história do Rio de Janeiro nos Séculos XVI a XX
desfilarão em quadros, alegorias e figuras de destaques.
ROTEIRO DO DESFILE
Neste
enredo apresentaremos várias danças e festas populares de tradições lendárias,
mas todas apresentações unicamente no ritmo e no modo de dançar samba.
ABRE-ALAS:
Abrirá o desfile propriamente dito. O abre-alas será sustentado por cinco
mastros cromados ligados entre si por cortinados e veludo e seda-pura, trazendo
em cada um a divisão dos séculos e ao centro um painel com apresentação oficial
da Escola.
COMISSÃO
DE FRENTE: Um dos itens para julgamento será formado pela Ala dos Boêmios, uma
das mais famosas Alas da Escola de Samba, representando as autoridades, em
traje de gala, apresentando ao povo o Carnaval do IV Centenário.
PAINEL:
Anunciará a primeira parte do enredo seguro pro figura do índio da época com
dizeres do século XVI alusivos à Descoberta e Fundação.
FIGURA
DE DESTAQUE: Em plano destacado representando o "Navegador Português"
que, segundo alguns historiadores, teria sido o primeiro a pôr os olhos na
terra carioca.
FIGURINO
Nº 01 - ALA CHOVE NO MOLE: Representando os navegadores franceses.
FIGURINO
Nº 02 - ALA DOS CUBANOS: Representando os índios tamoios.
FIGURINO
Nº 03 - ALA DOS IMPOSSÍVEIS: Os navegadores aventureiros estrangeiros, que aqui
chegaram em busca de riquezas (pau-brasil, etc.).
FIGURA
DE DESTAQUE: O navegador português que de acordo com alguns historiadores teria
sido o pai do primeiro carioca.
FIGURA
DE DESTAQUE: Uma índia, simbolizando a mãe do primeiro carioca.
FIGURA
DE DESTAQUE: Representando o primeiro carioca.
FIGURINO
Nº 04 - ALA DOS CUBANITOS: Os índios temininós grandes colaboradores dos portugueses
na fundação, chefiados que foram por Araribóia.
1ª
ALEGORIA: Simbolizando a fundação do Rio de Janeiro, destacará a figura do seu fundador,
Capitão-Mor Estácio de Sá, com uma das mãos apoiada sobre o marco da fundação,
com o brasão de Portugal em destaque. No mesmo carro virá a figura do valente
Araribóia e um grande painel alusivo à fundação, aparecendo, em plano
destacado, a figura dos bravos fundadores; completando, virá a histórica
proclamação proferida por Estácio de Sá: "Levantemos esta cidade que
ficará por memória do nosso heroísmo e de exemplo do valor às vindouras
gerações para ser a rainha das províncias e o empório das riquezas do
mundo".
FIGURINO
Nº 05 - ALA DOS ACADÊMICOS: Representando em fantasias de destaque as figuras
de Mem de Sá, Salvador Correia de Sá, Antônio Salema e Francisco Mendonça de
Vasconcelos (Governadores até o Século XVI).
FIGURINO
Nº 06 - ALA DOS IMPORTANTES (MASCULINO): Os ricos senhores de lavoura (fins do Século
XVI).
FIGURINO
Nº 07 - ALA DOS IMPORTANTES (FEMININO): As ricas senhoras de lavoura (fins do Século
XVI).
FIGURINO
Nº 08 - ALA DOS ALIADOS (MASCULINO): Os senhores de engenho (fins do Século
XVI).
FIGURINO
Nº 09 - ALA DOS ALIADOS (FEMININO): As senhoras de engenho (fins do Século
XVI).
FIGURINO
Nº 10 - ALA DOS INVENCÍVEIS (MASCULINO): Trajando a moda masculina (fins do Século
XVI).
FIGURINO
Nº 11 - ALA DOS INVENCÍVEIS (FEMININO): Trajando a moda feminina (fins do Século
XVI).
O Século
XVIII vem anunciado por um painel com os dizeres: "Colonização e
Desenvolvimento", empunhado por escravos angolanos.
1º
CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA (Delegado e Neide): Chamamos a atenção
para o Grande Mestre-Sala Delegado, o Rei dos Mestres-Salas do Brasil, e para
Neide, Rainha das Porta-Bandeiras, que representam a nobreza da época com
espetacular coreografia.
FIGURINO
Nº 12 - ALA DOS NOBRES (MASCULINO): Representando os colonizadores do Século
XVII.
FIGURINO
Nº 13 - ALA DOS NOBRES (FEMININO): As senhoras dos colonizadores.
FIGURINO
Nº 14 - ALA DAS CAMÉLIAS: Simbolizando as escravas quituteiras.
FIGURINO
Nº 15 - GRUPO DO VALDO: Apresentando os mercadores caboclos.
FIGURINO
Nº 16 - ALA DAS ELEGANTES: Representando as Sinhás-Donas com suas vestimentas
da época.
FIGURINO
Nº 17 - ALA DOS EMBAIXADORES (MASCULINO): Os ricos senhores dos engenhos propulsores
do desenvolvimento do Rio de Janeiro no Século XVII.
FIGURINO
Nº 18 - ALA DOS EMBAIXADORES (FEMININO): As senhoras dos engenhos.
2ª
ALEGORIA: Uma replica do engenho de açúcar – símbolo do desenvolvimento da
época que, multiplicando-se pelas cercanias da cidade, num aspecto de
industrialização, ocasionava aos habitantes um motivo para seus passeios –
devendo o mesmo ser todo mecanizado com hastes impulsionadas por quatro passistas
(escravos) que ao movimento coreográfico, as farão girar, dando assim aspecto
de funcionamento como na época.
FIGURINO
Nº 19 - ALA DAS CAPRICHOSAS: Representando as Sinházinhas neste século.
DUAS
LITEIRAS: Simbolizando o meio de transporte dos senhores de engenho.
FIGURINO
Nº 20 - ALA DAS TEIMOSAS: As mucamas ou mucambas, escrava negra moça e de estimação
que era escolhida para ajudar nos serviços caseiros ou acompanhar pessoas da
família.
FIGURINO
Nº 21 - OS PREGOEIROS: De água vendida em barris são aqui revividos por seis
figuras, anunciando como naquela época era vendido o precioso liquido.
FIGURINO
Nº 22 - ALA DOS BOHÊMIOS (FEMININO): Representam as ricas senhoras das
lavouras.
FIGURINO
Nº 23 - OS CARREGADORES DE ÁGUA: Representam os negros carregadores de água.
Mais
uma vez entra em cena o painel anunciando o Século XVIII com "Emancipação
e Capital dos Vice-Reis" seguro por um escravo de engenho.
2º
CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA (Arísio e Mocinha): Com suas evoluções
apresentarão o Rio dos Vice-Reis, simbolizando os elegantes da época.
FIGURINO
Nº 24 - ALA MOCIDADE DO SERENO (MASCULINO): Representando os ricos senhores de
engenho Del Rei.
FIGURINO
Nº 25 - ALA MOCIDADE DO SERENO (FEMININO): Representando as ricas senhoras de
engenho Del Rei.
FIGURINO
Nº 26 - OS FILHOS DE GANDI: Representando os momentos de alegria dos negros
escravos esquecidos dos ferros de seu amargo cativeiro, que bem ilustra hoje o
folclore brasileiro, o candomblé!
FIGURINO
Nº 27 - ALA DOS POBRES DE PARIS (MASCULINO): Representando os ricos colonos do Século
XVIII.
FIGURINO
Nº 28 - ALA DOS POBRES DE PARIS (FEMININO): Representando as ricas senhoras dos
colonos do Século XVIII.
FIGURINO
Nº 29 - GRUPO MAGISTRAL: Representam os tocadores de Urucungo, hoje tocadores
de berimbau.
FIGURINO
Nº 30 - AS CAPOEIRAS: Representadas por um grupo de passistas com roupas
características (capoeira é jogo atlético ou luta corporal simultaneamente
defensiva e ofensiva, introduzida no Brasil pelos escravos de Angola; foi
praticada em quase todo o país, principalmente no Rio de Janeiro, no tempo dos
Vice-Reis, segundo Luís Edmundo – Rio de Janeiro no tempo dos Vice-Reis).
FIGURINO
Nº 31 - ALA DOS BARÕES (MASCULINO): Trajando a moda masculina do Século XVIII.
FIGURINO
Nº 32 - ALA DOS BARÕES (FEMININO): Trajando a moda feminina do Século XVIII.
DUAS
CADEIRINHAS DE ARRUDA: Meio de transporte do tempo dos Vice-Reis.
FIGURINO
Nº 33 - ALA SÓ VAI QUEM PODE: Em riquíssima fantasia, representam os Vice-Reis.
FIGURINO
Nº 34 - ALA DOS TURISTAS (FEMININO): Representando as Condessas do tempo dos
Vice-Reis.
FIGURA
DE DESTAQUE: Representando o Comandante dos Dragões da Guarda Vice-Real.
FIGURINO
Nº 35 - ALA DOS TURISTAS (MASCULINO): Representando os Dragões da Guarda
Vice-Real.
FIGURINO
Nº 36 - DANÇA DO LUNDU: Representada por um grupo de passistas (dança e canto
de origem africana devidos aos escravos de Angola, mas com feição brasileira,
visto que a sua execução se deve a negros crioulos, isto é, nascidos no Brasil,
que ascendendo as senzalas para as festas suburbanas praticadas pelos escravos
no Século XVIII) (Luís Edmundo – Rio de Janeiro no Tempo dos Vice-Reis)
FIGURINO
Nº 37 - ALA DOS DUQUES: Os nobres da Corte Vice-Real
DESTAQUE:
Representando a nobreza feminina da Corte Vice-Real.
FIGURINO
Nº 38 - O MALHA JUDAS: Representado por um grupo de quatro figuras, as cenas da
"Malhação do Judas" no Sábado de Aleluia nas Ruas do Rio de Janeiro
neste século.
FIGURINO
Nº 39 - ALA DOS MAGNATAS DO SAMBA (MASCULINO): Representando os Barões da Corte
Vice-Real.
FIGURINO
Nº 40 - ALA DOS MAGNATAS DO SAMBA (FEMININO): As Baronesas da Corte Vice-Real.
FIGURINO
Nº 41 - OS PEDINTES DA ORDEM DE SÃO BENTO: Duas figuras fazem tal representação
(São Benedito é santo de preto na concepção popular. Em todas as festas
religiosas do Rio de Janeiro em que o povo intervinha decisivamente havia
sempre um grupo destacado pela irmandade para percorrer a região circunvizinha
pedindo esmolas para a festa do Santo – Luís Edmundo – Rio de Janeiro, no Tempo
dos Vice-Reis).
DUAS
SERPENTINAS: Também símbolo de transporte na época do Vice-Real.
FIGURINO
Nº 41 - ALA DOS INTOCÁVEIS (MASCULINO): Representam os Viscondes da Corte Vice-Real.
FIGURINO
Nº 42 - ALA DOS INTOCÁVEIS (FEMININO): Representam Viscondessas da Corte
Vice-Real.
FIGURINO
Nº 43 - ALA DAS MILIONÁRIAS: Apresentando o cortejo da Rainha Negra na festa de
Rei, no Século XVIII.
FIGURINO
Nº 44 - ALA DO VIOLÃO: Representando a dança do Chiba, o limiar do nosso
primitivo samba.
FIGURINO
Nº 45 - ALA NINGUÉM É DE NINGUÉM: Vem representando as mulatas de época, o orgulho
da nossa geração no passado, no presente e no futuro.
FIGURINO
Nº 46 - A FOLIA DE REIS (RECORDAÇÕES DO ENGENHO NOVO): Grande grupo folclórico
representando "As Congadas" (saltos populares negros, também
conhecidos pela denominação "Congos" e "Congadas", neste
século tornou-se uma festa tradicional dos escravos, coroando seu Rei e Rainha
desfilando pelas ruas num cortejo de raro esplendor).
FIGURA
DE DESTAQUE: Representando Mestre Valentim, personagem de destaque do fim no Século
XVIII.
FIGURINO
Nº 47 - ALA DOS GRÃ-FINOS (MASCULINO): Representando os Fidalgos da corte dos
Vice-Reis.
FIGURINO
Nº 48 - ALA DOS GRÃ-FINOS (FEMININO): As Fidalgas da corte dos Vice-Reis. Mas
uma vez vem cena um alusivo painel anunciando o Século XIX que chamamos de:
"A Epopeia de Nossa História", porque neste Centenário o Rio foi
possuído de esplendor e riquezas com as Cortes Imperiais, e o desenvolvimento
de todos os tempos já tínhamos em nosso Rio a Biblioteca Nacional.
3º
CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Representando a fidalguia de Dom João
VI.
FIGURA
DE DESTAQUE: Representando Dona Maria I.
FIGURINO
Nº 49 - QUATRO PASSISTAS: Representando os acompanhantes de Dona Maria I.
DOIS
DESTAQUES: Representando Dom João VI e Dona Carlota Joaquina.
FIGURINO
Nº 50 - ALA DOS FIDALGOS: Representando os Nobres da Corte de Dom João VI.
FIGURINO
Nº 51 - ALA DAS DECIDIDAS: Representando as Damas da Corte de Dom João VI.
FIGURA
DE DESTAQUE: Representando a Biblioteca Nacional, criada em 1810.
FIGURA
DE DESTAQUE: Simbolizando a Escola de Belas Artes.
FIGURA
DE DESTAQUE: Representando a "Impressão Régia", em suas mãos trará um
painel alusivo, contendo a homenagem "G. R. E. S. Estação Primeira de
Mangueira", à Imprensa – Retratando a Circular da Gazeta de Notícias, o
primeiro jornal editado no Rio, com referências à Associação Brasileira de
Imprensa (ABI) e a todos os seus associados.
FIGURINO
Nº 52 - ALA ASES DOS MARES: Representará a Real Academia Militar.
DOIS
DESTAQUES: Simbolizando Dom Pedro I e a Imperatriz Dona Leopoldina (o Imperador
e a Imperatriz).
FIGURINO
Nº 53 - ALA DOS ABANDONADOS (MASCULINO): Representando os Nobres da Corte de
Dom Pedro I.
FIGURINO
Nº 54 - ALA DOS ABANDONADOS (FEMININO): Representando a Nobreza Feminina da
Corte de Dom Pedro I.
FIGURINO
Nº 55 - GRUPO DO VALDO II: Os vendedores diversos como: vendedores de peru, de
cestos, de aves, etc. (segundo ilustrações de Debret).
FIGURA
DE DESTAQUE: Representando a Princesa Amélia (segunda esposa de Dom Pedro I).
FIGURINO
Nº 56 - ALA DA FIRMEZA (MASCULINO): Representando a Nobreza da Corte da
Princesa Amélia.
FIGURINO
Nº 57 - ALA DA FIRMEZA (FEMININO): Representando as Damas da Corte da Princesa
Amélia.
DOIS
DESTAQUES: Representando Dom Pedro II e a Imperatriz Tereza Cristina.
FIGURINO
Nº 58 - ALA DOS BACANAS (MASCULINO): Representando os Nobres da Corte de Dom
Pedro II.
FIGURINO
Nº 59 - ALA DOS BACANAS (FEMININO): Simbolizando a Nobreza Feminina da Corte de
Dom Pedro II.
3ª
ALEGORIA: Uma carruagem, símbolo dos transportes imperiais, com dois cavalos
fazendo movimentos normais com as patas, tendo um figurante, em trabalho de
escultura, representando o cocheiro e, em figura viva, um guarda de honra,
trazendo ainda dentro do carro duas figuras mirins evocando os passeios do
Imperador e da Imperatriz.
FIGURINO
Nº 60 - ALA DOS ESFORÇADOS (MASCULINO): Os velhos lampiões de gás são revividos
por esta fabulosa Ala. Os mesmos virão nas mãos dos componentes da dita Ala.
FIGURINO
Nº 61 - ALA DOS ESFORÇADOS (FEMININO): A parte feminina representará os acendedores
dos lampiões com os respectivos acendedores nas mãos.
FIGURA
DE DESTAQUE: Representando a Princesa Isabel, "A Redentora".
FIGURINO
Nº 62 - ALA DA ARISTOCRACIA: Esta Ala, que possui um grupo de moças,
representará as escravas livres, em diversos tipos de fantasias.
Finalizando
o enredo "O Rio Através dos Séculos"; entra em cena mais uma vez
o painel anunciando
o
Século
XX com "O Rio da Nova Era".
4º
CASAL DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: Representando o senhor e senhora na moda
do início do Século XX.
FIGURA
DE DESTAQUE: Representando o Prefeito Pereira Passos, o remodelador do Rio no
início do Século XX.
FIGURA
DE DESTAQUE: Representando a figura do Cidadão-Samba.
FIGURA
DE DESTAQUE: Representando Tia Ciata, a precursora dos antigos desfiles na
Praça XI.
FIGURA
DE DESTAQUE: Empunhando um painel alusivo à gravação do primeiro disco, o
famoso samba "Pelo Telefone".
BLOCO
CARNAVALESCO ACADÊMICOS DE CATUMBI: Representando a festa do povo, início do
Carnaval.
SEIS
FIGURAS DE DESTAQUE: Representando as Entidades Máximas que congregam o mundo
do Carnaval.
NEGA
MALUCA: Recordação de um Carnaval que não volta mais.
BAILE
DO MUNICIPAL: Para representar o "Baile Municipal", apresentamos um
cortinado do seu famoso palco.
FIGURA
DE DESTAQUE: Para simbolizar a passarela do teatro, apresentaremos uma luxuosíssima
fantasia, a qual denominamos "Rio dos Quatrocentos Janeiros", sendo
que sua confecção destaca nitidamente o "Rio Através dos Séculos".
FIGURINO
Nº 63 - TIPOS POPULARES DO RIO: O homem do papa-vento, o homem dos balões de
gás, o homem do realejo, sorveteiro, amolador de facas, pipoqueiro, garrafeiro,
jornaleiro, etc.
FIGURINO
Nº 64 - APOTEOSE AO SAMBA: Para apresentar este quadro virá empunhando um
painel alusivo ao mesmo um passista.
FIGURINO
Nº 65 - ALA DOS DEZ MAIS: Os malandros da Praça XI das saudosas batucadas.
DESTAQUE:
Representando o samba em si.
FIGURINO
Nº 66 - ALA DAS SESTROSAS: Representando a homenagem da Velha Mangueira a Miss
Mulata, sendo a fantasia desta Ala cópia fiel da usada por Vera Lúcia no
Concurso de "Miss Beleza", o Samba.
FIGURINO
Nº 67 - ALA SAMBOSSA: Representando a coreografia do samba moderno.
FIGURINO
Nº 68 - ALA DAS BAIANAS RICAS: Representando a parte coreográfica feminina do
samba modero.
FIGURINO
Nº 69 - ALUNOS DO RITMO: Um grupo de passistas fazendo exibições de samba
autêntico.
FIGURINO
Nº 70 - ALA METIDAS A BACANA: Homenageando os famosos cuiqueiros, instrumento
obrigatório em rodas de samba (a Ala virá vestida com rica baiana estilizada,
empunhando cuícas nas mãos).
FIGURINO
Nº 71 - ALA DOS TRIGUEIROS: Representando também o samba-batucada.
FIGURINO
Nº 72 - ALA DAS MARLIANAS: Representando o samba-batucada feminino.
FIGURINO
Nº 73 - ALA VÊ SE ENTENDE: A maior Ala de Passistas e Ritmistas organizada em
uma Escola de Samba (esta dita Ala em coreografias diversas saberá fechar com
chave de ouro este quadro de apoteose ao samba, homenagem da Estação Primeira
de Mangueira ao Rio, Capital do Samba).
4ª
ALEGORIA: Uma exaltação ao Rio desde o início do Século XX à época atual,
"O Rio da Nova Era", com o Obelisco num marco de homenagem ao
Prefeito Pereira Passos, e o início da remodelação do atual Rio de Janeiro, e a
seguir um rosa símbolo da pureza do amor, termo que achamos e escolhemos para simbolizar
o Estado da Guanabara. Este símbolo abrir-se-à, aparecendo as armas da
Cidade-Estado e transformando-se em forte, numa reminiscência das fontes que
dotaram nossa cidade de poesia e esplendor. E finalmente o símbolo do IV
Centenário, que com orgulho participamos e homenageamos a nossa querida Cidade
Maravilhosa de São Sebastião pela passagem de sua data natalícia, que ficará
marcada nos anais de nossa historia.
DESTAQUE:
Representando os pontos pitorescos do Rio.
CONJUNTO
DE PASSISTAS: Especialmente para fazer coreografia em ritmo de samba,
apresentando o destaque que segue.
FIGURINO
Nº 74 - ALA DAS FELICIANAS: Representando os recantos pitorescos do Rio.
DESTAQUE:
Representando as praias do Rio.
CONJUNTO
DE PASSISTAS: Fazendo coreografia e apresentando o destaque às praias do Rio.
FIGURINO
Nº 75 - ALA DAS XANGAIAS: Representando as calçadas do Rio de Janeiro.
FIGURINO
Nº 76 - ALA DAS MANGUINHAS: Representando a moda feminina do Rio atual.
FIGURINO
Nº 77 - ALA DAS DEZ MAIS: Representando também a moda feminina atual.
FIGURINO
Nº 78 - ALA DAS CRIANÇAS: Simbolizando o provir do futuro Rio de Janeiro, atual
Estado da Guanabara (procuramos assim atingir os nossos futuros dirigentes que,
desde 1961, teve a ascensão do Rio pelo Governo atual, responsável pela
juventude, dando-lhes todo o apoio cultural. Assim com o porvir do futuro Rio
procuramos atingir o ano 2002), estará representando crianças das Escolas
Públicas do Estado da Guanabara.
ALA
DOS COMPOSITORES: Para fechar o desfile, esta Ala, uma das glórias da Estação
Primeira e que tantos grandes componentes já projetou, desfilará.
Encerrando
o desfile virão respectivamente a Diretoria e o Conselho Deliberativo e Fiscal
da Estação Primeira de Mangueira.
FICHA
TÉCNICA DO SAMBA-ENREDO
AUTORES DO SAMBA-ENREDO: Cícero,
Hélio Turco e Pelado.
LETRA
DO SAMBA
RIO!…
UM POETA SE INSPIRA
E
DESCREVE AO SOM DA LIRA
TUA
HISTÓRIA MAGISTRAL
VEJAM…
TÃO SUBLIME RELICÁRIO
SALVE
O TEU QUARTO CENTENÁRIO
MAJESTOSO
E TRIUNFAL
OH!
MEU RIO
DE
TRAJETÓRIA DESLUMBRANTE
QUANTAS
LUTAS EMPOLGANTES
TEVE O
TEU POVO HOSPITALEIRO
OS
TEUS BRAVOS FUNDADORES
PIONEIROS
IMORTAIS
GLORIFICAM
A HISTÓRIA
DO
VELHO RIO QUE NÃO VOLTA MAIS
RIO DE
JANEIRO
PALCO
DE LENDÁRIAS TRADIÇÕES
DE
TROVADORES EM SERESTAS
DIVINAIS
RECORDAÇÕES
DAS
CÔRTES VELHOS LAMPIÕES DE GÁS
IMPONENTES
CHAFARIZES E SAUDOSOS CARNAVAIS
DESPONTOU
A NOVA ERA
EMOLDURANDO
O TEU CENÁRIO
TUA
ARQUITETURA É JÓIA RARA
HOJE O
TEU NOME É GUANABARA
FICHA
TÉCNICA DE BATERIA
DIRETOR GERAL DE BATERIA: Waldemiro
Tomé Pimenta, o Mestre Waldomiro.
TOTAL
DE COMPONENTES DA BATERIA: 200 ritmistas.
OUTRAS INFORMAÇÕES
JULGADAS NECESSÁRIAS
A BATERIA: Desfilará então a famosa Bateria
da Estação Primeira composta esse ano de mais de duzentos componentes, dirigida
pelo campeoníssimo Waldemiro, que tantas glórias já conquistou comandando a
Bateria mangueirense, há mais de um quarto de século, estará representando os
"Malandros da Nova Era" em original e vistosa fantasia.
FICHA
TÉCNICA DE HARMONIA
DIRETOR GERAL DE HARMONIA: Olivério
Ferreira, o Xangô.
PUXADOR
DO SAMBA-ENREDO: José Bispo Clementino
dos Santos, o Jamelão.
FICHA
TÉCNICA DE MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
1º MESTRE-SALA: Hégio Laurindo da Silva, o Delegado.
1ª PORTA-BANDEIRA: Neide.
2º MESTRE-SALA: Arísio.
2ª PORTA-BANDEIRA: Rivailda Nascimento de Souza, a Mocinha.
OUTRAS INFORMAÇÕES JULGADAS NECESSÁRIAS
A
BANDEIRA: Foi confeccionada pelo famoso especialista Arnaldo: "Rei das
Faixas". Executada em seda pura com as bordas verdes e as franjas com fios
de ouro com o símbolo da agremiação, tendo um surdo de marcação e por cima uma
coroa contento 18 estrelas que representam campeonatos conquistados, trabalhados
com bordados em canutilho de metal dourado, fios de ouro e pedrarias. Na outra
face a bandeira representará o enredo com a seguinte descrição: o escudo do IV
Centenário, em cada ângulo do escudo simbolizará acontecimentos jamais esquecidos
de nossa história, também esta parte confeccionada toda em seda pura com fios
de ouro, canutilho crespo brilhante e pedrarias.
ANÁLISE DO DESFILE
DESFILE TEVE NA MANGUEIRA E IMPÉRIO AS MELHORES ESCOLAS
A Estação Primeira de Mangueira, perfeita
do começo ao fim, e a Império Serrano, com um final de apresentação realmente
empolgante, conseguindo entusiasmar grande parte das 200 mil pessoas presentes
na Av. Presidente Vargas, são as prováveis vencedoras do desfile das Escolas de
Samba (...).
ESTAÇÃO PRIMEIRA
A madrugada de segunda-feira serviu de
cenário a uma apresentação realmente extraordinária de uma Escola de Samba. A
Estação Primeira de Mangueira fez um desfile que muitos, mesmo os seus integrantes,
consideram como o melhor de toda a sua existência. Há muitos anos uma Escola
não se apresentava como o fez a Mangueira. Perfeita, de começo ao fim de sua
apresentação, obrigou grande parte dos presentes a cantar com suas pastoras o
belo samba de Hélio Turco, Comprido e Pelado. Ao contrario do Império Serrano,
que só cresceu na metade do seu desfile, a Estação Primeira desde a sua
Comissão de Frente, que entrou sambando na Avenida, foi uniforme. Um show de
samba, antes de tudo, mas de samba puro, sem a coreografia de mão e cabeça como
outras mostraram. Apresentou o samba do morro, desde a primeira Ala – Chove no
Mole – aos seus diretores, que choravam no encerramento da apresentação. A
Mangueira foi exatamente o contrário do ano passado, quando não teve um mínimo
de vibração.
Para se ter uma ideia do Carnaval da
Escola Verde-e-Rosa basta essa referencia, quando o Abre-Alas, sustentado por
cinco mastros cromados ligados entre si por cortinados ligados entre si por
cortinados de veludo e seda pura, trazendo em cada um a divisão dos séculos, e
ao centro um painel com a apresentação oficial da Escola, entrou na avenida, o
povo ergueu-se de seus lugares e aplaudiu demoradamente. Ponto por ponto, com o
enredo "Rio Através dos Séculos", a Mangueira desfilou assim: primeira
parte – Descoberta e Fundação da Cidade do Rio de Janeiro; com 12 Alas, três
figuras de destaque e uma alegoria simbolizando a fundação, mostrando Estácio
de Sá, com uma das mãos no marco da fundação. Segunda parte: Colonização e
Desenvolvimento, defendida por 12 Alas, duas liteiras e uma alegoria, réplica
do engenho de açúcar. Terceira parte: Rio dos Vice-Reis – com 27 Alas, duas
cadeirinhas, figuras, vários destaque e uma alegoria representando uma
carruagem, com uma figura viva no seu interior. Quarta parte: Século XX – 13
figuras de destaque, Bloco Carnavalesco Acadêmicos do Catumbi, nega maluca,
Baile do Municipal e nove Alas.
A maior alegria da noite foi a maravilhosa
atuação do Mestre-Sala, Delegado, a maior de toda a carreira e jamais executada
por qualquer outro. As fantasias estavam belas e riquíssimas, em todas as Alas.
A de Dalva, grande destaque, pode ser apontada como um as mais lindas do
Carnaval deste ano. Em conjunto a Mangueira fez tudo que uma Escola de Samba
pode fazer. Em evoluções, esteve genial, tudo na base do samba, que só perdeu
um pouco fora a inclusão de Anick Malvil na Escola. A Bateria demonstrou ser
uma das melhores do Rio. Apenas um quesito poderá tirar pontos – poucos – da
Mangueira: alegorias. Na verdade, não estava muito à altura do quase genial
Carnaval da Escola. Pelo que mostrou, empolgando uma multidão calculada em 200
mil pessoas, a Estação Primeira de Mangueira, a melhor apresentação ao desfile,
deverá ganhar o "Carnaval do Quarto Centenário", se a comissão for
justa, porque, quesito por quesito, ela esteve soberba.
Informações
extraídas do Jornal do Brasil, do dia 04/03/1965, Caderno B, p.06 e O Globo, do
dia 05/03/1965, 1º Caderno, p,11;
As informações a partir deste item foram extraídas da
Revista de Carnaval da Escola de 1965;
O nosso enredo e nossas fantasias foram baseados nas
seguintes publicações e colaboradores;
O
enredo da Estação Primeira para o Carnaval do IV Centenário foi idealizado por
sua Diretoria e executado pela Comissão de Carnaval;
Texto publicado no Jornal do Brasil, do dia 04/03/1965,
Caderno B, p.06.